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“Se você tivesse acreditado nas minhas brincadeiras de dizer a verdade, teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando. Falei muitas vezes como palhaço. Mas nunca desacreditei na seriedade da platéia que sorria." CHARLES CHAPLIN

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EXTRA!

Olá, amigos!

Nosso perfil no Facebook foi desativado por reclamações de usuários incomodados com nossa postura crítica. Isso é uma forma de CENSURA. De uma coisa estamos certos: jogamos muita LUZ na ESCURIDÃO que povoa corações e mentes naquela rede social.

Pedimos a nossos leitores que repercutam no FACE esta nossa frase e o link abaixo:

“a VERDADE continuará cortante como lâmina afiada. e precisando de CRISTOS pra se sustentar, em todos os sentidos. a maioria, FUGINDO DA VERDADE, prefere CRUCIFICAR quem diz a verdade”

http://migre.me/5UUH2

Atenciosamente,

ALM@NÁRQUICA

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

ARTIGO / ARY CARLOS MOURA CARDOSO

DE UMA FEIRA LITERÁRIA

O livro caindo n'alma
É germe - que faz a palma,
É chuva - que faz o mar

CASTRO ALVES



Sejamos francos: fora do casulo politicalheiro, o mundo da Leitura é, antes de tudo, complexidade de saberes. Ora, a difusão da Luz, digamos assim, não ocorre pelo “espetáculo”. Entusiasmo dos artefatos é falta de inteligência crítica.

O único objetivo de uma “Feira Literária” é, irrefragavelmente, promover o encorajamento da Leitura. Nela, portanto, se respira “Livrogênio”. Livros, amigo, se lidos, se estudados, libertam. Afinal, senso histórico e inspiração analítica são construções alicerçadas em Livros. Pouquíssimas feiras, Brasil afora, são cheias do Ler. Infelizmente, algumas têm servido apenas de pretexto para manifestações “culturalescas”, promoções de “lixeraturas” paroquianas, maracutaias com dinheiro público e fogueirinhas rasteiras de vaidades. Lembremos: as empresas controladoras do mercado livreiro não abrem mão do lucro a favor do bem público. A chamada “aliteratura”, entre os brasileiros, beira os oitenta por cento. Mais de duas mil cidades sequer possuem Bibliotecas públicas e, aproximadamente, noventa por cento dos municípios não contam com nenhuma Livraria, vote!

Ao invés de políticas públicas consistentes, milhões de reais são gastos com jogadas do mais descarado “entusiasmo da malandragem”, fabricando-se discursos do “espetáculo” cujas sintaxes, sob luzes de neon, encontrem a “esquizoconformia” vendo, sentindo e aplaudindo. Essa espécie de patologia crítica corrói nossa sociedade por dentro. Impede de rompermos com a lógica do vazio do “espetáculo” que, no caso de uma Feira Literária, só pode mesmo nadificar sua essência. Ou o Livro  - não há mão invisível corrigindo o mover do “espetáculo” -, ou retira-se o mesmo, sobretudo, por respeito. Estamos com a mestra Noemi Jaffe: “Os festivais literários deveriam ser exclusivamente literários, sem o chamariz de shows e vendas de suvenires para atrair possíveis leitores. A leitura deve atrair pela leitura”.

Outro fator deprimente é o plágio dos projetos. De ponta a ponta do país, são exatamente iguais, até os nomes são parecidos, seguem um mesmo padrão, um mesmo roteiro. Claro, aqui e ali, uma coisinha a fim de parecer original. Se é onda, o “espetáculo” está por toda parte, quem notará? Afinal, os próprios movimentos se encarregam de não moverem nada. A sacada é invocar a palavra cultura (o indefinível perene explica) instituindo-se uma censura às avessas. Tudo é cultura, testemunho de manifestação é suficiente.


Senhores governantes, políticas corretas de amor ao Livro, à Leitura, passam por Festivais de Livros, sim; não “espetáculos”. Exigem investimentos em Bibliotecas escolares, públicas, em presídios, em hospitais, pelas ruas, pelas livrarias, enfim, por todos os pontos possíveis. Remuneram-se, decentemente, os profissionais ligados diretamente a este mister e se rejeita qualquer tipo de esmola - vale sei lá o quê – que nos apequena e nos ilude com manhãs cantantes. As verdadeiras leituras nos incitam à superação da “pobreza política”.


Ary Carlos Moura Cardoso - Bibliógrafo